João Bento Raimundo, patrono e presidente do Conselho de Curadores da Fundação que leva o seu nome, foi homenageado em Coimbra, no âmbito das celebrações dos 50 anos do Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC), organização de que foi fundador e primeiro presidente.

Como o próprio recordou na cerimónia, o SPZC foi pioneiro num modelo inovador «que não se limitou à defesa laboral e à dignificação da carreira dos professores, tendo-se assumido também como força de intervenção pedagógica e social, influenciando políticas educativas e combatendo desigualdades no acesso à educação».

Professor jubilado do ensino superior e atual diretor da Escola Profissional da Guarda, João Bento Raimundo liderou os destinos do SPZC em dois mandatos, entre 1977 e 1980 e entre 1989 e 1995. Pelo meio, presidiu à assembleia geral do sindicato e foi responsável pelo seu processo de internacionalização. A sua ação foi determinante para a consolidação de um sindicalismo democrático, comprometido com a valorização da profissão docente e com a defesa de uma escola pública de qualidade.

Durante a cerimónia, o professor João Raimundo recordou a natureza inovadora do modelo sindical que o SPZC procurou afirmar desde a sua criação: “Este sindicato não se limitou à defesa laboral e à dignificação da carreira dos professores, tendo-se assumido também como força de intervenção pedagógica e social, influenciando políticas educativas e combatendo desigualdades no acesso à educação“. Sublinhou ainda que “nunca exigimos sem propor; nunca dissemos não sem explicitar como poderíamos dizer sim; e sempre fomos pelo diálogo, pela abertura de intenções e pela honestidade nas negociações”.

O SPZC foi uma das estruturas fundadoras da Federação Nacional da Educação (FNE), à qual João Raimundo também viria a presidir.

A homenagem ao fundador e primeiro presidente, assim como aos que o sucederam, incluiu o descerramento de uma placa comemorativa na sede Sindicato dos Professores da Zona Centro, adquirida, remodelada e inaugurada em 1994, durante o segundo mandato da direção de João Raimundo.

Um momento de reencontro, em que o fundador do sindicato foi recordado como um visionário para quem a valorização do ensino público passava por dar voz e força organizada aos seus profissionais, num modelo sindical democrático, combativo mas dialogante, próximo dos reais problemas da comunidade educativa como um todo.